Moçambique está em guerra, denuncia Igreja

11-11-2013 10:04
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Reunidos na cidade de Matola, os Bispos de Moçambique divulgaram um comunicado sobre a tensão político-militar no país.

O Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), Dom Lúcio Andrice Muandula, afirmou que os últimos acontecimentos são sinais claros de que o país está em guerra, como demonstram os ataques entre homens armados da Renamo (maior partido da oposição) e agentes do exército governamental.

A CEM exige o fim imediato de todas as formas de hostilidade, confrontos armados e que se reabra o caminho do diálogo.

Dom Lúcio pede ao Presidente da República, Armando Guebuza, para que faça tudo que estiver ao seu alcance para deter os confrontos armados e criar condições para um diálogo corajoso e concludente.

A Conferência Episcopal de Moçambique apela igualmente à comunidade internacional, especialmente às representações diplomáticas e às empresas envolvidas no desenvolvimento do país, que favoreça a construção da paz, sem a qual as conquistas destes últimos anos estariam em perigo.

A tensão político-militar em Moçambique se intensificou com o ataque nos dias passados das Forças Armadas de Defesa de Moçambique contra a base da Renamo em Satungira (província central de Sofala).

No quartel residia o líder da Renamo, Afonso Dlhakama, cujo paradeiro agora é desconhecido.

“Moçambique encontra-se hoje numa situação em que a paz está a ser espezinhada. Angustiados, testemunhamos que está a ser derramado sangue inocente, seja de civis seja de homens em armas, todos filhos desta nossa Pátria. Voltamos a ver as tristes imagens de mulheres e crianças a abandonarem as suas casas e refugiar-se no mato; povo a sofrer porque vítima de abusos e desmandos ligados ao clima de insegurança e agressividade que todo conflito acarreta”, lê-se no comunicado da CEM.

 

Local: Matola
Fonte: Rádio Vaticano