São Pedro

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A VIDA DE SÃO PEDRO

 

São Pedro, é considerado o principal discípulo de Jesus Cristo, apóstolo, e missionário da primitiva Igreja cristã. Seu nome verdadeiro era Simão e, segundo a tradição, foi o primeiro bispo de Roma, onde morreu martirizado.

As fontes de informação sobre São Pedro encontram-se nas epístolas de São Paulo, escritas entre os anos 50 e 60; nos quatro evangelhos canônicos, nos Atos dos Apóstolos — escritos entre o ano 65 e fim do século I —, nas epístolas canônicas das quais foi autor mas escritas, provavelmente, por outra pessoa, no século II.

Pedro, cujo nome era Simão, era natural de Betsaida, povoado na Galiléia, localiazado às margens do lago de Genesaré, também conhecido como mar de Tiberíades. Era filho de Jonas e pescador de profissão. Tinha, juntamente com seu irmão André e com Tiago e João, filho de Zebedeu, uma pequena frota de barcos pesqueiros.

Junto com seu irmão André, e outros companheiros, desenvolve seu trabalho levando o produto da pesca pelas cidades e povoados das margens do grande lago. Tendo se casado fixa residência em Cafarnaum, um dos mais importantes portos do litoral.

Simão leva uma vida comum de pescador onde se habitua nas expedições de pesca as belezas e aos pavores da natureza, as redes cheias e as redes vazias, a camaradagem e as disputas entre os companheiros. Além das dificuldades para buscar o sustento dos seus, Simão e os companheiros também carregavam o jugo do império romano, e da cúpula judia que cobravam ciosamente seus impostos.
O sonho de dias melhores e de uma vida mais justa e feliz para todos enchia os pensamentos e as conversas daqueles homens do mar.

É neste cenário que surge falando ao povo que se reúne nas praias um rabi chamado Jesus vindo do interior da Galiléia do povoado de Nazaré. Simão acompanha as pregações de Jesus junto ao ancoradouro, ele escuta Jesus, mas são ainda apenas palavras para ele.

Então chega sua hora. Simão é surpreendido por Jesus, que vem a ele e lhe descobre algo de sua superioridade extraordinária e excepcional. O anúncio que ouvira do rabi sobre a proximidade do Reino de Deus adquire vida aos seus olhos. Ele reconhece a sua indignidade e o seu pecado.

Simão era de temperamento autoritário, impulsivo, sempre entusiasmado embora às vezes desanimasse com facilidade. Mas era também franco, bondoso e extremamente generoso. E Jesus, que era um exímio "conhecedor" de homens, após olhar longamente para ele diz: "a partir de hoje você vai se chamar Pedro". Mudar o nome para outro mais significativo era freqüentemente mudar de orientação e de modo de viver. E foi assim que Simão, o pescador da Galiléia, deixou para trás toda uma história de vida e iniciou outra vida e uma nova história: agora não mais como Simão, mas como Pedro, o pescador de homens.

Parece não haver uma característica tão propriamente humana, que atraia tanto a eleição divina como a humildade. Deus resiste aos soberbos, mas eleva os humildes.

Simão foi escolhido, e o Senhor Jesus lhe descobre sua vocação de solidez e firmeza pelo novo nome que o designa, Cefas, ou, em nossa língua, Pedro, indicando a rocha sobre a qual o homem prudente edifica sua casa.

São Pedro deixou tudo para seguir a este rabi da Galiléia por veredas ainda inexploradas da vida humana vendo e ouvindo o que muitos profetas e reis quiseram ver, mas não viram, e ouvir, mas não ouviram. Depois de três anos Pedro está em Jerusalém, em um monte na saída da cidade. Pendurado em um poste está o corpo do morto de Jesus de Nazaré. É justamente nesta hora de perda e solidão, que São Pedro enfrenta o grande teste de sua humildade. Ele deve se conformar à fraqueza, e manifesta isto na covardia de sua tríplice negação. Mais tarde, no mesmo mar daquele primeiro encontro, Jesus ressuscitado renova o chamado a Pedro e lhe pergunta por três vezes o seu amor.

Reconciliado e curado de suas feridas, Pedro retorna para Jerusalém onde, reunido com Santa Maria, a mãe do Filho de Deus, Jesus, com os apóstolos e algumas mulheres, instruído por nosso Senhor, espera o cumprimento das promessas com a descida do Espírito Santo. A partir de Pentecostes, Pedro encabeça o vigoroso movimento de evangelização que se verifica até hoje. A evangelização leva ao batismo e este à Igreja, à nossa Igreja que surge assim na história.

Um rude pescador iletrado contando históricas fantásticas não convence a ninguém muito menos ao ponto de assumir um compromisso de vida. O que torna o discurso convincente são os sinais de Poder que o acompanham. Sinais exteriores que nos surpreendem e nos faz reconhecer que estamos diante de algo realmente extraordinário e excepcional, nos faz parar e prestar atenção. Assim as palavras de Pedro, o príncipe dos apóstolos, são apenas a explicação de que os sinais ocorrem em virtude do Espírito Santo doado por aquele Jesus que haviam crucificado, mas que ressuscitara e tendo subido aos céus reina absoluto sobre toda a criação sentado a direita de Deus Pai. É maravilhoso ver como a ação de São Pedro vai fazendo a Igreja crescer ao redor do povo.

Por isso bastava que a sombra de Pedro passasse, para que os doentes fossem curados, e os espíritos malignos expulsos. São Pedro que tivera sua humildade lapidada, reconhece, e proclama sempre, que tudo é obra da graça divina e que só Jesus é o Senhor. Na medida em que a Igreja cresce começa a incomodar, os planos humanos, os quais se confrontam com o plano de Deus.

A cúpula dos judeus desencadeia perseguição aos seguidores de Jesus e proíbe que falem em seu nome. São Pedro tem agora a coragem de Cristo que lhe vem pelo Espírito Santo e longe de se intimidar mantém seu testemunho mesmo diante dos chefes ameaçadores. É cada vez mais um novo Pedro e dócil ao Espírito, abre as portas da Igreja aos não judeus, organiza a hierarquia para poder se dedicar a oração e a pregação, preside concílios onde se esclarecem dúvidas e se estabelecem doutrinas, e viaja em missões para confirmar os irmãos e propagar o Reino.

Acaba por se estabelecer em Roma, Babilônia como ele a chama, a capital do mundo maligno. De Roma São Pedro vai pregando na rede de comunidades, que apoiadas umas nas outras, vão tirando os homens do mar da morte para construírem a Igreja, a arca da nova aliança.

Na próspera cidade tipicamente grega de Tarso na costa mediterrânea na Ásia Menor vivia uma família de judeus, da tribo de Benjamim, observantes rigorosos da Tora, segundo a escola dos Fariseus. Seu filho Saulo educado nesta observância da Lei Mosaica é enviado ainda adolescente para estudar em Jerusalém de modo a obter pelo conhecimento da Mishná e do Talmude o grau de rabino, mestre da Lei, uma posição da maior honra e prestígio para os judeus. Em Jerusalém, ao mesmo tempo em que desfruta o privilégio de estudar na escola do raban Gamaliel, o mestre maior, Saulo, descobre alarmado o crescimento absurdo dos seguidores de Jesus, o rabi da Galiléia, morto, e condenado por blasfêmia. Jesus havia afirmado publicamente que os doutores da Lei não a seguiam corretamente e propusera que buscassem nele o caminho da salvação. Jesus condenara e se colocara como alternativa superior àqueles meios acadêmicos, que Saulo aprendera a venerar desde criança, e que estruturavam toda a vida dos judeus.

A guarda fiel da Tora, a vontade de Deus revelada e entregue ao povo eleito e que consistia na sua própria razão de ser, fora a mais cara ambição dos pais de Saulo, e ele havia herdado com todo ardor. De aluno brilhante Saulo se torna no braço dos fariseus contra os cristãos. Mas o zelo de Saulo é honesto, ele não procura defender interesses e posições pessoais, ele deseja ardentemente ser fiel ao Deus de seus pais e seu Deus. Apenas não conhecera ainda toda a verdade e isto só começará a acontecer depois de um encontro certo dia na estrada para Damasco. Como Pedro, Saulo é um escolhido de Deus, e Jesus se revela a ele com Poder para fazê-lo cair de sua posição. Ele quer se dedicar à defesa das coisas de Deus e assim será pois o que pede recebe, o que procura encontra e ao que bate se abre.

Depois de imensos trabalhos é em Roma que Saulo (Paulo em nosso idioma) deverá assim como Pedro dar o testemunho derradeiro de que se deve amar a Jesus Cristo mais que a própria vida. Sobre este testemunho de sangue destes dois príncipes dos apóstolos se ergue até hoje a Igreja de Roma. Olhando esta perspectiva de dois mil anos de história nos sentimos profundamente gratos por tudo que nosso Deus faz produzir das sementes que eles semearam.

É verdade que São Pedro publicamente renegou a Jesus por três vezes. Mas é verdade também, que por várias vezes publicamente professou sua fé. "Aonde iremos, senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?" "Tu é o cristo, o Filho do Deus vivo". "Senhor, tu sabes que te amo".

Foi testemunha da gloriosa transfiguração do senhor, no monte Tabor; e foi ele que, em companhia de João foi encarregado de preparar o cenáculo, para a celebração da páscoa ou a última ceia.

Quando Jesus foi preso, apenas São Pedro, em companhia de São João, teve a coragem de segui-lo. Reconhecido, porém, como um dos discípulos, negou que conhecesse tal homem. Mas nem essa tríplice negação, chorada amargamente por ele, nem a dor e o arrependimento, traduzidos num copioso pranto, diminuíram sua confiança e seu amor ardente pelo mestre. Também o mestre não diminuiu sua ternura pelo discípulo que lhe era tão caro. Ao contrário, demonstrou-a claramente nas perguntas que lhe dirigiu junto ao mar de Tiberíades poucos dias antes de sua ascensão: "Pedro, tu me amas?". E após a resposta afirmativa, com estas palavras "Apascenta meus cordeiros", Jesus o confirmou no primado da igreja e lhe entregou todo o rebanho.

Depois de muitas labutas e sofrimentos, depois de entregar e empregar a vida em fazer o mundo conhecer e amar a Jesus cristo, depois de contribuir para estabelecer a igreja em todo o universo, Pedro viu finalmente chegar o seu fim na terra.

Corria o ano de 64 e ele se encontrava encarcerado. Tiraram-no do cárcere e o levaram para ser crucificado, mas ele conseguiu que os carrascos o pregassem na cruz de cabeça para baixo, porque não se achava digno de ser tratado como seu divino mestre.

A festa de São Pedro, juntamente com a de São Paulo, foi colocada no dia 29 de junho provavelmente para ocupar o lugar de uma antiga celebração pagã, que comemorava nesse dia a festa dos mitos Rômulo e Remo, considerados os pais da cidade de Roma.

"Senhor nosso Deus, dai-nos profunda humildade e grande zelo por tua obra. Que o Espírito Paráclito que convence ao mundo sempre nos acompanhe com os sinais do seu Poder. Que a Igreja edificada sobre o testemunho dos apóstolos unida a Maria Santíssima e a todos os santos em Cristo Jesus possa em cada canto brilhar como um vigoroso e convincente chamado a conversão das trevas em luz... Que tua misericórdia nos permita saber encontrar, como Pedro e Paulo, os caminhos da verdade de Nosso Senhor Jesus, que quer todos os cristãos unidos no sinal da sua paz. Tudo te pedimos pelos méritos de teu Filho, diletíssimo nosso Senhor Jesus Cristo, confiantes no teu amor."

 

 

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